Presença de bactéria infecciosa na boca indica risco de câncer
de pâncreas
Pessoas com altos níveis de anticorpos para o
patógeno Porphyromonas gingivalis têm duas vezes mais risco de desenvolver a
doença
Pesquisadores da Brown University, nos EUA, descobriram que bactérias orais podem auxiliar o diagnóstico de câncer de pâncreas. A pesquisa sugere que pessoas com altos níveis de anticorpos para a bactéria oral infecciosa Porphyromonas gingivalis têm duas vezes mais risco de desenvolver a doença. Altos níveis de anticorpos para bactérias orais inofensivas, entretanto, previram um risco reduzido de câncer.
Pesquisadores da Brown University, nos EUA, descobriram que bactérias orais podem auxiliar o diagnóstico de câncer de pâncreas. A pesquisa sugere que pessoas com altos níveis de anticorpos para a bactéria oral infecciosa Porphyromonas gingivalis têm duas vezes mais risco de desenvolver a doença. Altos níveis de anticorpos para bactérias orais inofensivas, entretanto, previram um risco reduzido de câncer.
O câncer de pâncreas é uma doença de diagnóstico
difícil e mata a maioria dos pacientes dentro de seis meses da detecção, sendo
responsável por 40 mil mortes por ano nos Estados Unidos. Trabalhos anteriores
descobriram ligações entre a doença periodontal e o câncer pancreático. No
entanto, o estudo atual é o primeiro a testar se os anticorpos para bactérias
orais são indicadores do risco desse tipo de câncer.
Dominique Michaud e Jacques Izard se basearam em
registros médicos e amostras de sangue coletadas de mais 380 mil participantes
de 10 países. Os pesquisadores descobriram 405 pessoas que desenvolveram câncer
de pâncreas, mas nenhum outro tipo de câncer, e que tinham amostras de sangue
disponíveis.
Eles também selecionaram 416 pessoas demograficamente
semelhantes que não desenvolveram câncer no pâncreas para comparação. A equipe,
então, mediu as concentrações de anticorpos para 25 bactérias orais infecciosas
e inofensivas. Eles descobriram que a presença de anticorpos para a bactéria
Porphyromonas gingivalis dobrou o risco de câncer.
Os resultados mostraram ainda que a presença de
anticorpos para bactérias inofensivas foi associada a um risco 45% menor de
câncer de pâncreas. Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores
ressaltam que mais pesquisas são necessárias para comprovar a associação entre
bactérias orais e câncer de pâncreas.
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