A
séculos que o bruxismo representa um grande problema para a
Odontologia, tanto pelas alterações que provoca nas estruturas bucais,
como o desgaste dentário, fraturas de restaurações, piora da doença
periodontal e disfunção da ATM, quanto pela dificuldade em se definir
sua verdadeira origem.
Dentre
as causas do bruxismo citadas por diversos autores estão o estresse, a
reação a fármacos, associação com doenças psiconeurológicas e, menos
aceito atualmente, uma reação motora reflexa à alterações dentárias e
oclusais.
Várias
hipóteses já foram levantadas sobre as causas do bruxismo em geral, mas
pelo menos quando se trata do bruxismo do sono, parece haver cada vez
mais certeza que este faz parte de uma ativação simpática sistêmica que
ocorre em ciclos durante o sono.
Assim,
no bruxismo do sono há uma ativação motora mastigatória rítmica (RMMA),
associada ao aumento da função cardiorespiratória, vasoconstricção
periférica e superficialização dos estágios do sono, podendo culminar
em despertares e movimentos de todo corpo.
Em um trabalho recente de um dos grupos mais importantes do mundo no estudo das alterações do sono,
a pesquisadora Angela Nashed observou que o bruxismo do sono, quando
associado aos despertares e movimentos do corpo,
está estatisticamente relacionado à um aumento da pressão arterial
sistêmica. Este aumento da PAS é mais significativo se a RMMA ocorre
com a movimentação do corpo.
Este
trabalho eleva o status do bruxismo a uma manifestação bucal de doença
sistêmica que, através da observação atenta do cirurgião dentista, pode
levar ao diagnóstico precoce da silenciosa hipertensão arterial
sistêmica, ou pelo menos de sua manifestação durante o sono (veja aqui o artigo publicado na Revista Sleep).
Obviamente
há necessidade de realização de uma polissonografia para a detecção
tanto das contrações massetéricas e temporais, quanto das alterações
autonômicas de origem simpática.
Fica assim o alerta para os pacientes, cirurgiões dentistas e laboratórios de estudo do sono.
Fonte: blogmedicinaoral
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