quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CONDIÇÃO PERIODONTAL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA




Seguem algumas perguntas que tentaremos responder ao longo do texto: Quais as idades pesquisadas? Quais os índices utilizados para avaliar a condição periodontal da população brasileira? Há brasileiros sem problemas periodontais? Será que a perda dentária se modificou entre adultos e idosos? Qual a proporção de sextantes excluídos no exame da condição periodontal de adultos e idosos?
Os últimos levantamentos nacionais de saúde bucal estimaram a prevalência, extensão e gravidade da doença periodontal na população de 12, 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos. Para aferir a condição periodontal foram utilizados dois índices preconizados pela Organização Mundial de Saúde: o Índice Periodontal Comunitário – CPI, que verificou a presença de sangramento, cálculo e presença de bolsa periodontal em todas as idades pesquisadas; e o Índice de Perda de Inserção Periodontal – PIP, que mediu a perda de inserção periodontal – de 0 a 12 milímetros ou mais – e que foi aplicado apenas na população adulta e idosa.
Antes de observarmos os resultados, é bom termos em mente que, de uma forma geral, a condição periodontal piora com o aumento da idade. Aos 12 anos e nos adolescentes costuma se manifestar a forma mais leve da doença com presença de cálculo e sangramento, enquanto a forma mais grave com a
presença de bolsa periodontal se manifesta principalmente nos adultos. Já nos idosos a doença reduz sua prevalência devido ao grande número de dentes perdidos, situação comum e que ocorre com frequência nesta faixa etária.
Em 2010, no Brasil, 62,9% das crianças de 12 anos não apresentavam problema periodontal. Para as outras idades, os levantamentos de 2003 e 2010 revelam que o percentual de pessoas sem nenhum problema periodontal na faixa etária de 15 a 19 aumentou de 46,2% para 50,9%; reduziu entre os indivíduos de 35 a 44 anos de idade de 21,9% para 17,8%; e aos 65 a 74 anos de idade passou de 7,9% e para 1,8%.
Ao se avaliar a condição periodontal, na aferição dos escores do CPI ou PIP, quando menos de dois dentes funcionais estão presentes, o sextante não é avaliado e considerado excluído.
Em 2003 e 2010, nas faixas etárias de 35 a 44 anos e 65 a 74 anos, os sextantes excluídos representaram 35,1% e 30,5% dos sextantes dos adultos e 80,84% e 90,1% dos sextantes dos idosos, respectivamente nos anos avaliados.
Os breves resultados apresentados em relação à condição periodontal indicam a necessidade da política de saúde bucal manter o estímulo à universalização da atenção em saúde bucal com acesso aos serviços e ações de promoção, prevenção e reabilitação em todas as idades.
O levantamento evidencia ainda a necessidade de avançarmos nos modelos de atenção em saúde bucal para que interfiram, em médio e longo prazo, na condição periodontal dos brasileiros. Embora a doença periodontal esteja presente em todas as idades pesquisadas, parece prudente atentar para o acesso à atenção em saúde bucal dos adultos e idosos, que por muito tempo não foram priorizados pelos serviços de saúde bucal.
Um dos resultados positivos refere-se à redução de sextantes excluídos nos adultos. Acredita-se que a ampliação do acesso à atenção em saúde bucal, instigada pela Política Nacional de Saúde Bucal possa impactar, em médio e longo prazo, nas futuras gerações. Quem sabe um dia, somando esforços da união, estados, Distrito Federal e municípios brasileiros, teremos idosos com melhores condições periodontais.
Avançar na melhoria da condição periodontal em todas as idades parece um desafio permanente para as Políticas Nacional, Estaduais e Municipais de Saúde Bucal!
Por fim, reitero o convite para consultarem a publicação completa do relatório final da pesquisa nacional no site do Ministério da Saúde:http://189.28.128.100/dab/docs/geral/projeto_sb2010_relatorio_final.pdf.