quinta-feira, 17 de outubro de 2013

VOCE SABE O QUE É DTM?


A DTM (disfunção têmporo mandibular) é a segunda maior causa de dor na face, ficando atrás somente das dores do dente. As queixas mais comuns dos indivíduos com a DTM são: a dor ou desconforto na região da face e da ATM (articulação têmporo mandibular), dor essa desencadeada ou exacerbada pela função mandibular (mastigação principalmente); a limitação da função mandibular com ou sem desvios no movimento de abertura DTMbucal; os ruídos na ATM (estalidos e crepitações); as dores de cabeça; as alterações na qualidade do sono.

De acordo com dados de pesquisadores da USP, 22% da população apresenta algum tipo desta dor, que afeta mais as mulheres entre 20 e 40 anos.  Do total, cerca de 80% registra outra condição de dor frequente, como dor de cabeça e cerca de 4 a 10% dos casos podem ser resolvidos apenas através de cirurgia. O especialista Paulo Afonso Cunali, do Hospital Marcelino Champagnat, afirma que a gravidade pode variar, “Algumas dessas dores são limitantes, e algumas incapacitantes. Uma dor de dente é sempre uma dor forte, mas uma dor nas articulações das mandíbulas pode levar o paciente a ficar sem se alimentar”, afirma.

O diagnóstico das dores orofaciais é de responsabilidade do dentista especialista, mas a princípio todo profissional da saúde poderia fazer um diagnóstico básico. A dor pode se manifestar de várias formas, mas as mais comuns acontecem na mastigação e no ato de bocejar, ou dentro da boca com uma dor exacerbada quando em contato com substâncias muito frias ou muito quentes. É muito comum, também, que os acometidos por esse mal tenham sintomas como dor de cabeça, problemas de sono, zumbido ou dores no ouvido e até depressão.

Maria Luiza de Pinho Sepulcri teve sua primeira crise aos 16 anos, quando sentiu uma dor forte no lado direito do rosto. Na época, sem saber a origem do seu problema ela procurou um neurologista que afirmou se tratar de uma nevralgia, “Tomei muitos remédios e fiz várias infiltrações. O problema foi solucionado temporariamente, mas depois a dores voltaram”, desabafa. Algum tempo depois, as crises voltaram a acontecer repetidamente até que o caso se tornou crônico. Ela chegou a procurar um dentista, que lhe prescreveu o uso de aparelho, porém nada se resolveu.

Atualmente, aos 66 anos de idade, a professora aposentada se viu finalmente livre do problema. “Nas mãos do odontólogo do Hospital Marcelino Champagnat, tive diagnosticada a DTM e comecei o tratamento correto”, diz. A prescrição de exercícios para a articulação da mandíbula e uso de uma placa de proteção dos dentes durante o sono foi o que bastou evitar a dor. “Os tratamentos para essas dores relacionadas à função mandibular evoluíram muito, sendo o resgate da qualidade de vida o objetivo maior a ser reconquistado”, reforça Paulo Cunali.

É muito difícil prever a DTM, no entanto, é recomendável consultar um dentista com frequência, pois o diagnóstico antecipado aumenta a qualidade da recuperação, “O importante é que a maioria das DTM podem ser tratadas com procedimentos simples, desde que diagnosticadas em seus estágios iniciais.”, afirma Paulo Afonso Cunali.

TRATAMENTO ADEQUADO:

- Uso de antinflamatórios, relaxantes musculares: para diminuir a dor causada pelas DTM em geral.
- Placas oclusais e termoterapia: quando o controle de hábitos parafuncionais como o apertamento dentário diurno e o bruxismo do sono se faz necessário.
- Exercícios mandibulares de coordenação e fortalecimento: para recuperar e adequar a função mandibular.
- Aparelhos de reposicionamento mandibular: quando o tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (ronco e apnéia obstrutiva do sono) se faz necessário (dentista especialista em DTM e Dor Orofacial também com formação em medicina e biologia do sono).
- Equilíbrio da oclusão: com próteses, ajuste oclusal ou ortodontia podem ajudar no controle das DTM de forma geral, mas não devem ser feito preventivamente.
- Injeções/infiltrações articulares e musculares: quando a dor tiver origem diretamente nas ATM ou nos músculos da mastigação.
- Cirurgias funcionais das ATM: quando houver necessidade da reestruturação anatômica e funcional do complexo articular da ATM.