terça-feira, 30 de julho de 2013

MÉDICOS DÃO DICAS PARA RESPIRAR MELHOR E EVITAR CRISES DE ASMA E RINITE


Geralmente, quem tem uma das doenças também sofre com a outra.
Asma é genética, não tem cura, mas pode ter os sintomas controlados.



Asma e rinite são duas doenças extremamente ligadas - geralmente quem tem uma, também tem a outra.
Ou seja, se um dos problemas não for tratado corretamente, o outro pode piorar e, por isso, o tratamento deve ser conjunto. Uma das principais dicas é descobrir o que desencadeia as crises das doenças, como pó, mofo ou ácaros, por exemplo, e manter-se longe disso.
No inverno, inclusive, a mudança de temperatura funciona como uma irritação e quem sofre com alguma dessas complicações respiratórias deve se preocupar ainda mais e manter-se sempre agasalhado, hidratado, com as mãos limpas e longe de locais muito fechados, como explicou o otorrinolaringologista Agrício Crespo no Bem Estar desta quinta-feira (25).
Bem Estar - Arte Alergias (Foto: Arte/G1)
Para desenvolver alguma das doenças, o paciente geralmente tem uma predisposição genética - se há histórico familiar de asma e rinite, o risco da pessoa ter asma aumenta de 3 a 4 vezes e o risco de ter rinite aumenta 2 vezes.
Geralmente, quem tem as duas doenças costuma respirar pela boca por causa da obstrução nasal, tem coriza, espirra muito e tem também coceira. Há ainda quem diga que tem bronquite, mas na verdade, esse nome é utilizado para designar qualquer inflamação dos brônquios - ou seja, a asma é um tipo de bronquite, como explicou o pneumologista Roberto Stirbulov.
Segundo a OMS, cerca de 300 milhões de pessoas têm asma. A doença, que causa uma inflamação crônica nas vias aéreas, causa uma obstrução e pode dar sintomas como falta de ar, chiado e aperto no peito e tosse. De acordo com os médicos, não há um perfil definido e a asma se manifesta em cada pessoa de um jeito diferente - por exemplo, muita gente pode ter os sintomas quando criança, mas não na fase adulta e vice versa.
Nesse caso, é provável que os sintomas nunca tenham se manifestado e, ao entrar em contato com certos fatores, como poluição e mudanças de temperatura, por exemplo, o paciente acaba desencadeando a asma. Um outro fator desencadeante é a idade - a queda dos hormônios, na TPM ou menopausa, por exemplo, deixa os pulmões desprotegidos e os sintomas ficam mais agudos.No entanto, caso os sintomas apareçam na fase adulta, não é correto dizer que a asma surgiu nessa fase já que é uma doença genética, como alertou o pneumologista Roberto Stirbulov.
Vale lembrar ainda que a doença não tem cura, apenas controle com medicamentos, como os broncodilatadores - a famosa bombinha, que leva o remédio até as vias aéreas. De acordo com os médicos, o produto em spray é mais eficaz porque a concentração é maior. Para quem usa inalador, a dica dos médicos é colocar soro fisiológico.
Exclusivo na web: no vídeo ao lado, o apresentador Fernando Rocha tira dúvidas dos internautas com o otorrinolaringologista Agrício Crespo e o pneumologista Roberto Stirbulov. Confira! 
Vale lembrar ainda que poeira, pó e pelos também podem piorar a asma e geralmente quem tem esses sintomas, tem também rinite. Por isso, quem tem asma e rinite deve evitar poeira, mofo, ácaro e pelos de animais dentro de casa. Crianças que espirram muito antes dos 6 anos por causa desses fatores tendem a se tornar adultos asmáticos, mas se os sintomas aparecerem depois dos 6 anos, o risco de rinite é maior.
Pneumonia
Outro problema respiratório bastante comum é a pneumonia - segundo o pneumologista Roberto Stirbulov, a incidência do problema no inverno aumenta 30%.
A reportagem do Phelipe Siani mostrou a história do estudante de 16 anos, Bruno Domingues Justino (veja no vídeo ao lado). Em novembro de 2007, ele teve uma febre que chegou aos 40 graus. Ao chegar no hospital, o jovem descobriu que estava com um quadro grave de pneumonia bacteriana e logo foi encaminhado para a UTI. Após o diagnóstico, foram 26 dias de internação, 9 deles em coma induzido - sempre com a mãe, Renata, do lado.
Nesse período, o médico teve que ser realista e pediu à mãe que se despedisse do filho já que o quadro não estava muito bom. Porém, Renata não desistiu e começou a pedir à Nossa Senhora pela vida de Bruno. Com a ajuda, fé e oração de amigos e familiares e também por causa do trabalho da equipe médica, o estudante foi cada vez mais melhorando e logo se curou.
Fonte:G1 SP


segunda-feira, 29 de julho de 2013

ODONTOLOGIA E OS DISTURBIOS DO SONO


Como o cirurgião-dentista pode ajudar a controlar o ronco? APCD inclui novo curso na grade de capacitação dos profissionais da Odontologia.

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O sono é uma nova especialidade médica, com mais de 80 distúrbios catalogados. No Brasil, ainda é novidade a residência de um ano oferecida a pneumologistas, otorrinolaringologistas, neurologistas e psiquiatras. Na opinião do médico Geraldo Lorenzi Filho, que coordena o Núcleo Interdisciplinar da Ciência do Sono, em São Paulo, alguns distúrbios do sono, incluindo o ronco e a apneia do sono leve a moderada, podem ser controlados com o auxílio de um cirurgião-dentista.
“É importante que o cirurgião-dentista saiba interpretar uma polissonografia, bem como as principais manifestações da apneia do sono. Além do ronco comum e do bruxismo, também a apneia obstrutiva do sono (AOS) – que é caracterizada por obstruções recorrentes da faringe enquanto a pessoa dorme – pode ser devidamente identificada e prevenida, evitando seus desdobramentos: não só o ronco alto e constrangedor, como também o sono fragmentado e a sonolência diurna. Trata-se de um problema extremamente comum. Hoje, sabemos que um terço da população adulta sofre de apneia”, diz Lorenzi.
Além de antissocial, o ronco é considerado um indicador importante de que a apneia pode estar presente. Alguns fatores predispõem as pessoas a roncar durante a noite: sobrepeso ou obesidade, idade avançada, consumo de álcool ou remédios para dormir, hipertrofia das amígdalas, desvio de septo nasal e sedentarismo, entre outros. De acordo com o especialista, a apneia é muito comum porque a espécie humana tem maxila e mandíbula pequenas em relação à maioria dos mamíferos. “Quando dormimos, a musculatura relaxa e pode ocorrer a obstrução da garganta. Nos casos de apneia do sono leve a moderada, o cirurgião-dentista pode atuar de forma importante através da orientação do uso de placas de avanço mandibular durante a noite, resolvendo o problema na maioria dos casos”.
Com uma solução aparentemente simples, é difícil acreditar que tanta gente ainda conviva com reclamações diárias. De acordo com Lorenzi, “como é tudo muito novo nesse campo de estudo, há todo um trabalho sendo feito no sentido de capacitar o cirurgião-dentista a atuar na área de Odontologia do Sono. A Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD) tem demonstrado total interesse em divulgar a nova área de atuação e oferecer cursos específicos para o diagnóstico e tratamento de distúrbios do sono”.
Na opinião do doutor Artur Cerri, coordenador da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da APCD, a participação do cirurgião-dentista como integrante de uma equipe multidisciplinar no tratamento do ronco e da apneia do sono leve a moderada é fundamental. Daí a importância de incluir novos cursos na grade da EAP. Coordenado pelo cirurgião-dentista Sergio José Nunes, o curso “Tratamento do ronco e apneia do sono pelo dentista” contribuirá para o profissional da Odontologia reconhecer os pacientes que estão em risco de apresentar esses distúrbios, realizando exames físicos que facilitam o diagnóstico e compreendendo as formas mais atuais de tratar o problema. “O cirurgião-dentista tem uma visão privilegiada da garganta do paciente, devendo, portanto, estar atento ao problema”, diz Nunes.

Fonte: APCD

terça-feira, 2 de julho de 2013

ESTRESSE E O SEU EFEITO NA SAÚDE BUCAL



Pesquisas apontam que o estresse pode causar doenças periodontais quando associado à má higienização bucal. O cirurgião-dentista pode considerar aliar seu tratamento odontológico à mudança comportamental do paciente – mesmo que trabalhe em parceria com psicólogos.

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O estresse está cada vez mais presente na sociedade moderna e pode causar, além das desordens psicológicas, desordem no organismo – levando à enxaqueca, problemas cardiológicos, etc. Nas desordens do organismo, pode-se incluir a saúde bucal. O estresse pode estar diretamente ou indiretamente relacionado aos problemas bucais – desde as aftas, que surgem quando o sistema imunológico está baixo, até às doenças periodontais. Há alguns estudos que relacionam o estresse “crônico” com tais doenças bucais, enquanto outros relacionam as causas do estresse a essas doenças – quando o paciente tem hábitos que influenciam na saúde bucal, como fumar, ou quando deixa de manter adequadamente a higiene bucal. Ou, ainda, em alguns casos, quando o organismo reage ao estresse, afetando, indiretamente, a saúde bucal.
Estudos epidemiológicos realizados em animais no ano de 2008, na Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apontaram relação entre as doenças periodontais e o estresse. Isso após estudos anteriores em animais e epidemiológicos sugerirem que o estresse pode alterar o estabelecimento e a progressão da doença periodontal.
O estudo deu origem à tese de doutorado de Daiane Cristina Peruzzo. Intitulada “Impacto do estresse na doença periodontal”, a tese, realizada na mesma faculdade, aponta que, o estresse em associação com a má higiene bucal aumenta as chances do desenvolvimento de doenças periodontais.
À época, Peruzzo concluiu em sua tese, dentre outros fatores, que “os estudos em humanos analisados na revisão sistemática, demonstraram, em maioria (57,1%), um desfecho positivo entre estresse/fatores psicológicos e doença periodontal. Sendo assim, pode ser observado que há uma importante inter-relação entre os fatores psicossociais e as doenças periodontais”.
Após estudo, Peruzzo concluiu pós-doutorado relacionando a Periodontia e Implantodontia na Faculdade São Leopoldo Mandic, em Campinas, onde atualmente continua em clínica, é docente e pesquisadora. A profissional também atua como professora colaboradora da FOP – Unicamp. A doutora reafirma, atualmente, que o estresse crônico tem repercussão na saúde bucal, pois ele pode atuar de duas maneiras: pelo modelo comportamental ou pelo modelo biológico. “O modelo comportamental é quando os indivíduos tendem a piorar seus hábitos, de modo a influenciar negativamente na saúde periodontal, negligenciando a higiene oral, aumentando o consumo de cigarros e ingerindo bebidas alcoólicas, além de haver o descontrole de diabetes, mudança de dieta, entre outras coisas”, afirma.
Já o modelo biológico é o que é gerado no corpo do paciente, devido a este estresse crônico. “Neste caso há um aumento na liberação de hormônios, dentre eles, o cortisol, que gera alterações no organismo e leva à redução do fluxo salivar, alteração da circulação gengival e às alterações na resposta imune-inflamatória dos tecidos bucais”, acrescenta a doutora. De acordo com ela, o modelo biológico do estresse crônico pode ser detectado clinicamente “por meio de sangramento e inchaço das gengivas, retração gengival, perda óssea que pode levar à mobilidade dos dentes, aumento de lesões de cárie e mau hálito”.
Os hábitos, como fumar cigarro e consumir álcool, estão indiretamente relacionados ao estresse. “O hábito de fumar é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da doença periodontal, pois facilita a proliferação de bactérias patogênicas e reduz as células de defesa presentes nos tecidos gengivais”, alerta. Paralelamente, o consumo de álcool age pela alteração do comportamento, onde os indivíduos passam a descuidar da higiene bucal, da sua alimentação e da saúde como um todo. “Esses fatores, associados aos possíveis efeitos do estresse, podem levar a um aumento na progressão e severidade das doenças periodontais, bem como lesões de cáries”, acrescenta Peruzzo.
A doutora explica que, em resposta ao estresse, algumas mudanças fisiológicas decorrem da ativação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), enquanto outras, da ativação do eixo HipotálamoPituitário-Adrenal (HPA) – os quais também foram citados em seu estudo de 2008. “A ativação desses sistemas resultam na liberação de hormônios, os quais vão agir sobre a glândula adrenal, responsável pela produção de cortisol e catecolaminas. Estas substâncias regulam uma série de funções corporais, incluindo efeitos na modulação do sistema imune, responsável pelas defesas do organismo. Essa modulação, que altera o equilíbrio do sistema imune, causa predisposição a uma maior progressão e severidade de doenças imune-inflamatórias, incluindo a doença periodontal. Associado ao efeito biológico, a má higiene bucal propicia acúmulo de bactérias na cavidade bucal que são a causa primária de cárie e doenças periodontais”.
Na ordem biológica, ainda, outra consequência do estresse pode ser a halitose. “Um dos principais vetores causadores da halitose é a redução do fluxo salivar, e o estresse pode produzir esse efeito. Desta forma, a halitose pode, sim, estar relacionada tanto ao estresse como a medicações que são utilizadas para o tratamento das desordens psicológicas”, diz.
Apesar de tais constatações, Peruzzo afirma que o estresse é capaz de causar essas alterações no metabolismo, mas na ausência a placa bacteriana, não consegue por si só desencadear a doença periodontal. “Isso significa que, mesmo na presença de estresse, se o indivíduo tiver cuidados adequados com a higiene, não há desenvolvimento de doença periodontal”, lembra.
Mesmo que haja a identificação do estresse relacionado com a doença periodontal no paciente, a doutora afirma que não é possível quantificar se tais doenças são apenas relacionadas ao estresse: “Existem os vieses de confusão, que são outras variáveis que podem interferir na expressão da doença, por exemplo, fumo, diabetes, etc. Desta forma, fica difícil quantificar o quanto que a variável do estresse, isoladamente, pode interferir na expressão da doença”.

Dentista e psicólogo
Independentemente do fato de o dentista não conseguir identificar se o problema bucal é relacionado diretamente ou não ao estresse, segundo Peruzzo, sempre que ele diagnosticar um paciente com este problema, estes devem receber uma atenção diferenciada. “O dentista tem o dever e a responsabilidade de buscar a causa dos problemas”, diz.
Ela lembra que só o estresse não causa problemas na cavidade bucal, se for realizado um adequado acompanhamento relacionado a uma higiene bucal satisfatória e manutenção da saúde periodontal.
Desta forma, o dentista deve orientar o paciente para que ele tenha conhecimento dos possíveis danos causados pelo estresse, da importância dos cuidados com a higiene bucal, da necessidade de tratamento periodontal e, muitas vezes, da necessidade de uma abordagem multidisciplinar com um profissional capaz de tratar desordens psicológicas.
O dentista não tem formação psicológica para saber identificar que o paciente está sofrendo estresse e qual tipo de estresse é esse, para tratar o problema desde seu início – e para, consequentemente, conseguir tratar por completo a causa final na saúde periodontal. Entretanto, quando o dentista identificar uma desordem psicológica mais severa, deve encaminhar o paciente a um tratamento psicológico especializado para atrelar seu tratamento odontológico. “O dentista não tem formação acadêmica para diferenciar os tipos de estresse e para tratar isso, mas diante de uma anamnese, uma entrevista com o paciente bem detalhada, consegue identificar a presença de desordens psicológicas neste paciente e observar a necessidade de trabalhar associado a um profissional especializado”, afirma a cirurgiã-dentista.
Quando o estresse é identificado pelo dentista, através da anamnese ou conversas com o paciente, Peruzzo aconselha considerar duas situações diferentes em relação a tal paciente: aquele que chega ao consultório com saúde bucal e o paciente que já chega com algum grau de doença periodontal – como a gengivite ou periodontite. “Nos casos de saúde, devemos informá-lo sobre a possibilidade de alterações relacionadas ao estresse na cavidade bucal e orientar sobre a necessidade de cuidados específicos relacionados à placa bacteriana. Nos casos em que os pacientes já chegam com algum grau de doença periodontal, deve-se realizar o tratamento dessas doenças com atenção especial à higiene bucal do paciente”, indica. Em ambos os casos, para ela, tais indivíduos devem fazer consultas de “manutenção mais frequentes para melhor resultado do tratamento e prevenir o agravamento das doenças bucais”.
Quando o problema psicológico afetar a saúde bucal e o paciente não conseguir lidar com sua higiene bucal e idas constantes ao consultório odontológico, o dentista não conseguirá aplicar um tratamento odontológico que resolva os problemas bucais por completo – devendo de fato, então, realizar uma abordagem em conjunto com um profissional da saúde mental. “Neste caso, o dentista assume o seu papel em relação aos cuidados com a saúde bucal e o profissional da saúde mental será responsável por assumir os cuidados necessários para ajudar o paciente em relação aos seus problemas de ordem psicológica”, recomenda.
Para associar o tratamento bucal com outros profissionais, como psicólogos e outros da saúde, é preciso lembrar, primeiramente, que o paciente deve ser visto como um todo. “Precisamos quebrar os paradigmas de que o médico enxerga o paciente sem boca e o cirurgião-dentista enxerga uma boca sem corpo! Precisamos entender os pacientes na sua integralidade, respeitando suas ansiedades, medos e expectativas. Adicionalmente, devemos perceber que os pacientes estressados devem ser vistos de uma maneira diferenciada, entendendo as repercussões do estresse na saúde bucal e possibilitando um tratamento diferenciado”, finaliza.
 Fonte:www.odontomagazine.com.br