quarta-feira, 27 de março de 2013

PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ALVEOLITE SECA



Sinonimos: Aveolite sicca, osteite alveolar
Critérios de diagnóstico: Dor severa começando 24 a 48 horas depois da exodontia. Irradiação da dor para o ouvido no caso de dentes na mandibula. Ausência de coágulo intra alveolar. Paredes do alvéolo claras e muito sensível ao toque. Halitose e Trismo.
Etiologia: Multifatorial: Traumatismo cirúrgico
                                      Infecção bacteriana
                                      Fatores sistêmicos
                                      Uso de vaso constrictores

Incidência: 3 a 20%, mais frequentes na mandíbula e nos pre-molares e molares.

Fatores de risco: Exodontia mandibulares
                              Exodontia de dentes inclusos mandibulares
                              Exodontias complexas e traumáticas
                              Exodontias em pacientes do sexo feminino que fazem uso de anticoncepcionais
                              Higiene oral deficiente
                              História local de pericoronarite
                              GUNA ( gengivite ulcerativa necrosante aguda)
                              Tabagismo
                              Densidade óssea elevada
                              História anterior de alveolite seca

Prevenção: História clínica com identificação de fatores de risco
                     Medidas de higiene oral antes das exodontia
                     Estudo pré-operatório de modo a programar osteotomias ou odontossecção em exodontias   complexas
                     Traumatismo mínimo e menor tempo possível na intervenção cirúrgica
                     Não realizar exodontias com infecção local ativa
                     Profilaxia antibiótica prévia em pacientes de risco ( imunosupressão, presença de infecção local e outros fatores de risco
                     Nos tabagistas solicitar abstinência do fumo 24 hs antes e 7 dias no mínimo após a exodontia
                     Nas mulheres que fazem uso de anticoncepicionais, realizar a exodontia preferencialmente entre o 23º e o 28° dia do ciclo ovulatório
                     Não fazer uso de enxaguatórios orais ( bochechos), nos 3 dias seguintes a exodontia
                     Realizar escovação dentária cuidadosa na região operada nos primeiros 7 dias
                     Recomendar contato urgente em caso de dor intensa que não responde a prescrição recomendada

Tratamento: Radiografias para pesquisa de presença de fragmentos intra alveolares
                      Irrigação dos alvéolos com solução contendo clorexidina a 0,12%, havendo necessidade aplicar anestesia sem vaso constrictor e preferencialmente troncular
                      Curativo com material antisséptico não irritante e preferencialmente reabsorvível para prevenção de infecção bacteriana ou fûngica e impedir a entrada de alimentos nos alvéolos
                      Prescrição de analgésicos, antinflamatórios e antibióticos, penicilinas ou derivados sintéticos, quando houver presença de ecxudato (pús)
                      Acompanhamento do paciente enquanto houver dor
                      Após a remoção do curativo ou reabsorção deve ser feito bochechos com solução contendo clorexidina a 0,12% por mais 7 dias
                             

quinta-feira, 21 de março de 2013

BRUXISMO DO SONO É MANIFESTAÇÃO BUCAL DE ALTERAÇÃO SISTÊMICA



A séculos que o bruxismo representa um grande problema para a Odontologia, tanto pelas alterações que provoca nas estruturas bucais, como o desgaste dentário, fraturas de restaurações, piora da doença periodontal e disfunção da ATM, quanto pela dificuldade em se definir sua verdadeira origem.
Dentre as causas do bruxismo citadas por diversos autores estão o estresse, a reação a fármacos, associação com doenças psiconeurológicas e, menos aceito atualmente, uma reação motora reflexa à alterações dentárias e oclusais.
Várias hipóteses já foram levantadas sobre as causas do bruxismo em geral, mas pelo menos quando se trata do bruxismo do sono, parece haver cada vez mais certeza que este faz parte de uma ativação simpática sistêmica que ocorre em ciclos durante o sono.
Assim, no bruxismo do sono há uma ativação motora mastigatória rítmica (RMMA), associada ao aumento da função cardiorespiratória, vasoconstricção periférica e superficialização dos estágios do sono, podendo culminar em despertares e movimentos de todo corpo.
Em um trabalho recente de um dos grupos mais importantes do mundo no estudo das alterações do sono, a pesquisadora Angela Nashed observou que o bruxismo do sono, quando associado aos despertares e movimentos do corpo, está estatisticamente relacionado à um aumento da pressão arterial sistêmica. Este aumento da PAS é mais significativo se a RMMA ocorre com a movimentação do corpo.
Este trabalho eleva o status do bruxismo a uma manifestação bucal de doença sistêmica que, através da observação atenta do cirurgião dentista, pode levar ao diagnóstico precoce da silenciosa hipertensão arterial sistêmica, ou pelo menos de sua manifestação durante o sono (veja aqui o artigo publicado na Revista Sleep).
Obviamente há necessidade de realização de uma polissonografia para a detecção tanto das contrações massetéricas e temporais, quanto das alterações autonômicas de origem simpática.
Fica assim o alerta para os pacientes, cirurgiões dentistas e laboratórios de estudo do sono.
Fonte: blogmedicinaoral