terça-feira, 22 de maio de 2012

JARGÃO HOSPITALAR - QUE LINGUAGEM É ESSA...?

A entrada do CD no meio hospitalar deve realmente ser precedida de um preparo adequado e a capacidade de se comunicar com os demais profissionais é primordial.
A utilização de abreviações, os acrônimos, nas descrições economiza tempo e resume raciocínios facilitando a troca de informações e preenchimento dos prontuários - nos mesmos fazemos isso na Odontologia.
Doenças, síndromes, localizações anatômicas, exames, medicamentos e suas vias/horários de administração, técnicas cirúrgicas e operatórias, especialidades, equipamentos, locais do próprio hospital e termos latinos, entre outros, são abreviados criando uma linguagem própria da alta complexidade.
Desta forma termos como cateter venoso central, se torna CVC; esclerose lateral amiotrófica vira ELA; infarto agudo do miocárdio, IAM; insuficiência renal crônica IRC, centro cirúrgico, CC; benzodiazepínico, BDZ; acidente vascular encefálico, AVE; otorrinolaringologia, ORL; linfoadenomegalia, LAM; sem evidencia de doença, SED; id est (isto e em latim), i.e.; e exempli gratia (por exemplo), e.g.. Curiosamente SIC (sic e palavra latina que significa “assim mesmo“)  e usado como “segundo informação do cliente”.
Esta sopa de letrinhas pode gerar problemas se não compreendidas corretamente. Mesmo alguns acrônimos em inglês são mais difundidos do que sua tradução para o português, exemplos, AIDS ao invés de SIDA; e esquema HAART (highly active anti-retroviral therapy). Assim além de decorar os principais, é preciso saber de qual idioma procedem, e.g. não confundir nossa UTI com urinary tract infection.
Assim a leitura de um prontuário pode se tornar um quebra cabeça para o iniciante se este não possui uma “cola”. Alguns textos passam diversas dicas (ver http://www.mediconerd.com/2010/05/acronimos-medicos-abreviacoes-do.html), também existem outros em inglês e ainda o aplicativo para smartphone Epocrates, que podem ajudar.
Porém, nada melhor que o próprio novato produzir sua cola previamente, sabendo que na hora do aperto pode contar com a discreta ajuda de um residente, enfermeiro ou outro profissional mais interessado em ajudar, afinal não é muito desejável ser visto como uma “esponja” do saber alheio no ambiente de trabalho ;).
Quem tiver desprendimento para compartilhar seus rascunhos e arquivos não se acanhe e escreva nos comentários. Relatos pitorescos também são bem-vindos como a do incauto autor deste texto que confundiu o “forâmen oval patente” cardíaco com o “forâmen oval” por onde passa o nervo mandibular. Mas isto já é outra história…

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